As mesmo boas do ano

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Chega aquela hora de olhar para trás e como tenho sido tão assídua nas minhas postas por aqui, lá decidi falar do melhor que ouvi no cinema, na pirataria e em antecipação de música feita para cinema este ano:

Começo já por uma das antecipações, que é aquela mesmo que lá está em cima. O Alex Ebert, que é aquele rapaz simpático e cabeludo que é o mentor dos Edward Sharpe and the Magnetic Zeros (que são muita giros ao vivo), tem-se dedicado com sucesso às bandas sonoras numa parceria que anda bem catita com o J.C. Chandor (se não viram o “Margin Call”, vão a correr vê-lo). Depois do “All is Lost”, o Alex Ebert assina agora a banda sonora do “A Most Violent Year”, com a Jessica Chastain e o Oscar Isaac (que já anda a ser levado ao topo de listas dos melhores do ano, mas isso também não interessa nada). O filme deve ser bom, e a banda sonora, do que ouvi, vale por si. Ora espreitem:

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Quando estes senhores se juntam para escrever música para cinema é difícil fugir a eles. O “Gone Girl” é, à falta de melhor, o filme que mais entretém este ano, mas é a música que o leva para o tal plano do thriller que querem fazer dele. Claustrofóbica e assustadora por vezes, nota-se à distância a marca dos dois produtores e músicos. Por outras palavras, é espectacular (mesmo assim, a minha preferida ainda continua a ser a do “Social Network”).

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Se o “Enemy” fosse realizado por outra pessoa qualquer que não o Denis Villeneuve, mesmo sendo adaptado livremente d'”O Homem Duplicado” do Saramago, provavelmente ainda não o tinha visto. Mas gostei tanto do “Incendies” e do ambiente do “Prisoners” (o homem faz planos brutais) que fui a correr ver este. E não me arrependi. É dos filmes mais eerys do ano, com a fotografia sufocante a ajudar. Mas também a partitura de Danny Bensi & Saunder Jurriaans. A sério. Até se te arrepia tudo.

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Este é um filme sobre vampiros, mas tem um ar tão cool que nem sei bem porque é que ainda não vi isto (eu sei, porque gosto de ver filmes acompanhada e à palavra ‘vampiros’, a minha companhia foge). De qualquer das formas, fui ouvir a banda sonora antes, até porque já tinha falado nela por aqui. Aqui não temos assim aquele score normal mas sim quase canções injectadas a maluquice e alguma droga. O realizador Jim Jarmush e a sua banda de noise rock SQÜRL juntam-se a Jozef Van Wissem e o resultado é este:

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O Alexandre Desplat assinou duas bandas sonoras de dois filmes que eu já vi (este e o “Godzilla”, que é aquele [spoilers] onde matam a Binoche e o Bryan Cranston logo) e ainda me falta espreitar a do “The Imitation Game”. Já todos sabemos que o francês é um dos grandes nomes do ofício por estes dias. Este excerto que publico já de seguida pouco mostra, mas é um bom teaser para o humor com humanidade do filme de Wes Anderson. A maior parte do trabalho de Desplat foi a fazer arranjos muito bem feitinhos temas tradicionais russos.

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O “Joe”, do David Gordon Green, é deprimente do princípio ao fim. Mas tem uma banda sonora que lhe dá ainda mais profundidade assinada por Jeff Mcilwain e David Wingo, que fez parte da banda de Austin, Wooden Birds.

by Ritolina

808 ou o Rolando

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Diplo, Pharrell, New Order, Rick Rubin, Questlove, Phil Collins, Damon Albarn, Fatboy Slim, David Guetta, Lil Jon, Jimmy Jam and Terry Lewis, Chris Frantz dos Talking Heads e Goldie são alguns dos senhores que dão o seu contributo neste doc sobre o mítico TR-808, a drum machine da Roland que pôs o ritmo de tanta música a soar fatela, mas com estilo.

Ainda no Paul Thomas Anderson

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Esta (Fiona Apple + Paul Thomas Anderson) foi em tempos uma das uniões mais fofinhas da pop. Sobraram (até agora) cinco vídeos, todos eles para Apple, e ainda a promessa de um filme musical que nunca saiu, infelizmente. O Playlist hoje fez um top dos melhores vídeos de Anderson e eu realmente tenho de concordar com o que ficou lá no topo:

by Ritolina

Inherent Vice

The Moet & Chandon Lounge at The Santa Barbara International Film Festival - Day 8

Têm lá os ingredientes para um old fashioned ou um gin dos mesmo bons mas falta a banda sonora apropriada? Uns senhores simpáticos agruparam a música que se ouve no upcoming Inherent Vice do Paul Thomas Anderson no Spotify. Não é o score do Jonny Greenwood obviamente e também não está lá o tal tema dos Radiohead (Spooks) de que se fala.

Anna Calvi/Keren Ann vs Tom Perrota

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Ainda na semana de ‘Isto ficava tão bem ali pá’:

Esta versão da Anna Calvi (com o David Byrne) para o ‘Strange Weather’ servia muito bem para musicar o genérico inicial do Leftovers. E ainda vos deixo também o original, para o arrepio ser a dobrar – (a música do Max Richter também é bastante eery, mas faz lembrar demasiado o Philip Glass não faz?).

 

 

by Ritolina